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Writer's pictureAna De Cesaro

Velha Marinheira

Não se engane pelo meu silêncio São gritos abafados Desesperados Aterrorizados Com a ideia de mais um dia

Não se engane pelos olhos fechados É exaustão Imersão Na imensidão De impossibilidade da rotina

Não se engane pela cama desarrumada Foi uma luta armada Disfarçada de madrugada Para conseguir levantar quando não queria

Por favor não me olhe assim Como se fosse só virar uma chave Você não sabe O que se passa dentro de mim

Tudo machuca, tudo dói Eu não consigo olhar no espelho Não quero ir pra rua Eu sinto medo Do que posso fazer comigo

Há dias que não consigo Vencer o breu que me domina por dentro Eu só preciso de um tempo Me dê um momento

Enquanto me reinvento Eu procuro lanternas Hasteio as velas Sinto vento E navego pra longe daqui




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